Internacionalizaçao curricular no sul-global: uma perspectiva critica a partir dos conceitos de reduçao sociológica e de epistemologias do sul
DOI:
https://doi.org/10.25087/resur3a1Palabras clave:
internacionalização, educação superior, redução sociológica, epistemologias do SulResumen
A internacionalização do currículo tem se destacado como componente essencial das agendas de internacionalização da educação superior, levando organizações governamentais e intergovernamentais a realçarem a necessidade de reformas curriculares condizentes com as demandas globais, que incorporem os conceitos de cidadania global e de competência intercultural como objetivos centrais desse processo. Diante do pressuposto de que a inserção dos países periféricos e semiperiféricos no contexto da educação superior internacional tende a assumir caráter predominantemente passivo, levando a um imaginário de reformas curriculares despreparadas para envolver os estudantes criticamente na complexidade do mundo globalizado, o objetivo deste trabalho é promover uma reflexão sobre a internacionalização do currículo no contexto do Sul-Global. Trata-se de um ensaio teórico, que, por meio dos conceitos de redução sociológica, de Alberto Guerreiro Ramos, e de epistemologias do Sul, de Boaventura de Sousa Santos, busca enfatizar as especificidades e as raízes epistêmicas dos contextos em que esses processos ocorrem. A interação entre a literatura sobre globalização, internacionalização da educação superior e internacionalização do currículo com os referidos conceitos permitiu apontar para a necessidade de que as políticas de internacionalização dos processos de ensino e aprendizagem do Sul-Global tenham como referência um procedimento crítico-assimilativo da experiência estrangeira, pautado em conhecimento prudente, válido, que enfatize a descolonização do saber e seja funcional e significativo à sua realidade, visto que o sentido de um objeto jamais se desliga de determinado contexto.
Â
Â
Descargas
Citas
Altbach, P. & De Wit, H. (2015). Internationalization and global tensions: lessons from history. Journal of studies in international education, 19(1), 4-10.
Andion, C. (2012). Por uma nova interpretação das mudanças de paradigma na administração pública. Cadernos EBAPE.BR, 10(1), Rio de Janeiro, mar.
Azevêdo, A. (2006). A redução sociológica em perspectiva histórica. XXX Encontro Anual da Anpad. Salvador.
Baldassar, L. & Mckenzie, L. (2016). Beyond “just being thereâ€: teaching internationalization at home in two qualitative methods units. Teaching Sociology, 4(2).
Bringel, B; Lynch, C. & Maio, M. (2015). Sociologia periférica e questão racial: revisitando Guerreiro Ramos. Caderno CRH, Salvador, 28(73), 9-12, Jan./Abr.
Childress, L. (2010). The twenty-first century university: developing faculty engagement in internationalisation. New York: Peter Lang.
Deardorff, D. & Jones, E. (2012). Intercultural competence: an emerging focus. In: Deardoff, D; De Wit, H; Heyl, J. & Adams, T (eds). The SAGE Handbook of Internationalization, 283-304. California: SAGE Publications.
Egron-Polak, E. & Hudson, R. (2014). Internationalization of higher education: growing expectations, fundamental values. IAU 4th Global Survey. IAU.
Ewert, S. (2012). Higher Education Cooperation and Networks in the Baltic Sea Region: A Basis for Regionalization and Region Building? Journal of Baltic Studies, 43(1), 95–116, mar.
Gacel-Ãvila, J. & Ãvila, R. (2008). Universidades latinoamericanas frente al reto de la internacionalización. Casa del Tiempo, jul. 2008.
Gomes, A. M.; Robertson, S. L. & Dale, R. (2012). The social condition of higher education: Globalisation and (beyond) regionalisation in Latin America. Globalisation, Societies and Education, 10(2), 221–245.
Guerreiro Ramos, A. (1996). A redução sociológica. 3 ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ.
Knight, J. (2004). Internationalization remodeled: definition, approaches, and rationales. Journal of Studies in International Education, 1(1), 5-31. Spring.
Knight, J. (2008). The Internationalization of Higher Education: complexities and realities. In: Terrefa, D. & Knight, J. Higher education in Africa: the international dimension. Massachussetts, USA: Boston College.
Knight, J. (2012). Student mobility and internationalization: trends and tribulations. Research in Comparative & International Education, 7(1).
Knight, J. (2015). International universities: misunderstandings and emerging models? Journal of Studies in International Education, 1-15.
Knight, J. & De Wit, H. (1995). Strategies for internationalisation of higher education: historical and conceptual perspectives. In: DE WIT, Hans (ed.). Strategies for the internationalisation of higher education. Amsterdam: EAIE.
Laus, S. (2012). A internacionalização da educação superior: um estudo de caso da Universidade Federal de Santa Catarina. Tese (Doutorado em Administração). Salvador: Universidade Federal da Bahia.
Leask, B. (2015). Internationalizing the curriculum. New York: Routledge.
Leask, B; Beelen, J. & Kaunda, L. (2013). Internationalisation of the curriculum: international approaches and perspectives. In: De Wit, H.; Hunter, F.; Johnson, L. & Van Liempd, H. (eds). Possible futures: the next 25 years of the internationalisation of Higher Education. Amsterdam: EAIE.
Leite, I. (2012). Cooperação Sul-Sul: conceito, história e marcos interpretativos. Observador on-line, 7(3), mar.
Lima, M. & Contel, F. (2011). Internacionalização da educação superior: nações ativas, nações passivas e a geopolítica do conhecimento. São Paulo: Alameda.
Lima, M. & Maranhão, C. (2011). Políticas curriculares da internacionalização do ensino superior: multiculturalismo ou semiformação? Ensaio, 19(72), 575-598, Jul./Set.
Lynch, C. (2015). Teoria pós-colonial e pensamento brasileiro na obra de Guerreiro Ramos: o pensamento sociológico. Caderno CRH, Salvador, 28(73), 27-45, Jan./Abr.
Marx, K. & Engels, F. (2003). O manifesto comunista. São Paulo: Martin Claret.
Meneses, M. (2008). Epistemologias do Sul. Revista Crítica de Ciências Sociais, 80.
Miura, I. (2009). O processo de internacionalização da Universidade de São Paulo: um estudo em três áreas do conhecimento. XXXIII Encontro da ANPAD. São Paulo: Anpad.
Morosini, M. (2006). Estado do conhecimento sobre internacionalização da educação superior: conceitos e práticas. Educar, Curitiba, 28, 107-124.
Morosini, M. & Ustárroz, E. (2016). Impactos da internacionalização da educação superior na docência universitária: construindo a cidadania global por meio do currículo globalizado e das competências interculturais. Em Aberto, 29(97), 35-46.
OCDE. (1996). Internationalizing the curriculum in higher education. Paris: OCDE.
OCDE. (2016). Enhancing higher education system performance: how to become involved in the OECD’s new work on higher education. OCDE.
Rizvi, F. (2007). Internationalization of curriculum: a critical perspective. In: Hayden, M; Levy, J; Thompson, J. (eds.). The Sage handbook of international education. London: Sage.
Santos, M. (2013). Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 23 ed. Rio de Janeiro: Record.
Santos, M.; Souza, M. A. & Silveira, M. L. (2002). Território: globalização e fragmentação. 5. ed. São Paulo: Editora Hucitec.
Sebastián, J. (2004). Cooperación e internacionalización de las universidades. 1 ed. Buenos Aires: Biblos.
Seeber, M. et. al. (2016). Why do higher education institutions internationalize? An investigation of the multilevel determinants of internationalization rationales. Higher Education, 72(5), 685-702.
Sousa Santos, B. (1988). Um discurso sobre as ciências. Coimbra: Edições Afrontamento.
Sousa Santos, B. (2011). A globalização e as ciências sociais. São Paulo: Cortez.
Sousa Santos, B. (2010). Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. In: Santos, B. Meneses, M. Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez Editora.
Sousa Santos, B. & Meneses, M. (2010). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez Editora.
Unesco. (2003). Educação Superior: reforma, mudança e internacionalização. Brasília: Unesco Brasil.
Unesco. (2015). Educação para a cidadania global: preparando alunos para os desafios do século XXI. Brasília: Unesco Brasil
Unesco. (2016). Educação para a cidadania global: tópicos e objetivos de aprendizagem. Brasília: Unesco Brasil.
Wallerstein, I. (2004). Impensar a ciência social: os limites dos paradigmas do século XIX. São Paulo: Ideias & Letras.
Whitsed, C. & Green, W. (2016). Lessons from Star Trek: engaging academic staff in the internationalisation of the curriculum. International Journal for Academic Development, 1-13, Abr.