Internacionalizaçao curricular no sul-global: uma perspectiva critica a partir dos conceitos de reduçao sociológica e de epistemologias do sul

Autores/as

  • Fernanda Geremias Leal Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis
  • Mário César Barreto Moraes Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis

DOI:

https://doi.org/10.25087/resur3a1

Palabras clave:

internacionalização, educação superior, redução sociológica, epistemologias do Sul

Resumen

A internacionalização do currículo tem se destacado como componente essencial das agendas de internacionalização da educação superior, levando organizações governamentais e intergovernamentais a realçarem a necessidade de reformas curriculares condizentes com as demandas globais, que incorporem os conceitos de cidadania global e de competência intercultural como objetivos centrais desse processo. Diante do pressuposto de que a inserção dos países periféricos e semiperiféricos no contexto da educação superior internacional tende a assumir caráter predominantemente passivo, levando a um imaginário de reformas curriculares despreparadas para envolver os estudantes criticamente na complexidade do mundo globalizado, o objetivo deste trabalho é promover uma reflexão sobre a internacionalização do currículo no contexto do Sul-Global. Trata-se de um ensaio teórico, que, por meio dos conceitos de redução sociológica, de Alberto Guerreiro Ramos, e de epistemologias do Sul, de Boaventura de Sousa Santos, busca enfatizar as especificidades e as raízes epistêmicas dos contextos em que esses processos ocorrem. A interação entre a literatura sobre globalização, internacionalização da educação superior e internacionalização do currículo com os referidos conceitos permitiu apontar para a necessidade de que as políticas de internacionalização dos processos de ensino e aprendizagem do Sul-Global tenham como referência um procedimento crítico-assimilativo da experiência estrangeira, pautado em conhecimento prudente, válido, que enfatize a descolonização do saber e seja funcional e significativo à sua realidade, visto que o sentido de um objeto jamais se desliga de determinado contexto.

 

 

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Fernanda Geremias Leal, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis

Doutoranda em Administração na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis, Brasil. 

Mário César Barreto Moraes, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis

Doutor em Engenharia de Produção. Professor do Programa de Pós-graduação em Administração da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis, Brasil

Citas

Altbach, P. & De Wit, H. (2015). Internationalization and global tensions: lessons from history. Journal of studies in international education, 19(1), 4-10.

Andion, C. (2012). Por uma nova interpretação das mudanças de paradigma na administração pública. Cadernos EBAPE.BR, 10(1), Rio de Janeiro, mar.

Azevêdo, A. (2006). A redução sociológica em perspectiva histórica. XXX Encontro Anual da Anpad. Salvador.

Baldassar, L. & Mckenzie, L. (2016). Beyond “just being thereâ€: teaching internationalization at home in two qualitative methods units. Teaching Sociology, 4(2).

Bringel, B; Lynch, C. & Maio, M. (2015). Sociologia periférica e questão racial: revisitando Guerreiro Ramos. Caderno CRH, Salvador, 28(73), 9-12, Jan./Abr.

Childress, L. (2010). The twenty-first century university: developing faculty engagement in internationalisation. New York: Peter Lang.

Deardorff, D. & Jones, E. (2012). Intercultural competence: an emerging focus. In: Deardoff, D; De Wit, H; Heyl, J. & Adams, T (eds). The SAGE Handbook of Internationalization, 283-304. California: SAGE Publications.

Egron-Polak, E. & Hudson, R. (2014). Internationalization of higher education: growing expectations, fundamental values. IAU 4th Global Survey. IAU.

Ewert, S. (2012). Higher Education Cooperation and Networks in the Baltic Sea Region: A Basis for Regionalization and Region Building? Journal of Baltic Studies, 43(1), 95–116, mar.

Gacel-Ãvila, J. & Ãvila, R. (2008). Universidades latinoamericanas frente al reto de la internacionalización. Casa del Tiempo, jul. 2008.

Gomes, A. M.; Robertson, S. L. & Dale, R. (2012). The social condition of higher education: Globalisation and (beyond) regionalisation in Latin America. Globalisation, Societies and Education, 10(2), 221–245.

Guerreiro Ramos, A. (1996). A redução sociológica. 3 ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ.

Knight, J. (2004). Internationalization remodeled: definition, approaches, and rationales. Journal of Studies in International Education, 1(1), 5-31. Spring.

Knight, J. (2008). The Internationalization of Higher Education: complexities and realities. In: Terrefa, D. & Knight, J. Higher education in Africa: the international dimension. Massachussetts, USA: Boston College.

Knight, J. (2012). Student mobility and internationalization: trends and tribulations. Research in Comparative & International Education, 7(1).

Knight, J. (2015). International universities: misunderstandings and emerging models? Journal of Studies in International Education, 1-15.

Knight, J. & De Wit, H. (1995). Strategies for internationalisation of higher education: historical and conceptual perspectives. In: DE WIT, Hans (ed.). Strategies for the internationalisation of higher education. Amsterdam: EAIE.

Laus, S. (2012). A internacionalização da educação superior: um estudo de caso da Universidade Federal de Santa Catarina. Tese (Doutorado em Administração). Salvador: Universidade Federal da Bahia.

Leask, B. (2015). Internationalizing the curriculum. New York: Routledge.

Leask, B; Beelen, J. & Kaunda, L. (2013). Internationalisation of the curriculum: international approaches and perspectives. In: De Wit, H.; Hunter, F.; Johnson, L. & Van Liempd, H. (eds). Possible futures: the next 25 years of the internationalisation of Higher Education. Amsterdam: EAIE.

Leite, I. (2012). Cooperação Sul-Sul: conceito, história e marcos interpretativos. Observador on-line, 7(3), mar.

Lima, M. & Contel, F. (2011). Internacionalização da educação superior: nações ativas, nações passivas e a geopolítica do conhecimento. São Paulo: Alameda.

Lima, M. & Maranhão, C. (2011). Políticas curriculares da internacionalização do ensino superior: multiculturalismo ou semiformação? Ensaio, 19(72), 575-598, Jul./Set.

Lynch, C. (2015). Teoria pós-colonial e pensamento brasileiro na obra de Guerreiro Ramos: o pensamento sociológico. Caderno CRH, Salvador, 28(73), 27-45, Jan./Abr.

Marx, K. & Engels, F. (2003). O manifesto comunista. São Paulo: Martin Claret.

Meneses, M. (2008). Epistemologias do Sul. Revista Crítica de Ciências Sociais, 80.

Miura, I. (2009). O processo de internacionalização da Universidade de São Paulo: um estudo em três áreas do conhecimento. XXXIII Encontro da ANPAD. São Paulo: Anpad.

Morosini, M. (2006). Estado do conhecimento sobre internacionalização da educação superior: conceitos e práticas. Educar, Curitiba, 28, 107-124.

Morosini, M. & Ustárroz, E. (2016). Impactos da internacionalização da educação superior na docência universitária: construindo a cidadania global por meio do currículo globalizado e das competências interculturais. Em Aberto, 29(97), 35-46.

OCDE. (1996). Internationalizing the curriculum in higher education. Paris: OCDE.

OCDE. (2016). Enhancing higher education system performance: how to become involved in the OECD’s new work on higher education. OCDE.

Rizvi, F. (2007). Internationalization of curriculum: a critical perspective. In: Hayden, M; Levy, J; Thompson, J. (eds.). The Sage handbook of international education. London: Sage.

Santos, M. (2013). Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 23 ed. Rio de Janeiro: Record.

Santos, M.; Souza, M. A. & Silveira, M. L. (2002). Território: globalização e fragmentação. 5. ed. São Paulo: Editora Hucitec.

Sebastián, J. (2004). Cooperación e internacionalización de las universidades. 1 ed. Buenos Aires: Biblos.

Seeber, M. et. al. (2016). Why do higher education institutions internationalize? An investigation of the multilevel determinants of internationalization rationales. Higher Education, 72(5), 685-702.

Sousa Santos, B. (1988). Um discurso sobre as ciências. Coimbra: Edições Afrontamento.

Sousa Santos, B. (2011). A globalização e as ciências sociais. São Paulo: Cortez.

Sousa Santos, B. (2010). Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. In: Santos, B. Meneses, M. Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez Editora.

Sousa Santos, B. & Meneses, M. (2010). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez Editora.

Unesco. (2003). Educação Superior: reforma, mudança e internacionalização. Brasília: Unesco Brasil.

Unesco. (2015). Educação para a cidadania global: preparando alunos para os desafios do século XXI. Brasília: Unesco Brasil

Unesco. (2016). Educação para a cidadania global: tópicos e objetivos de aprendizagem. Brasília: Unesco Brasil.

Wallerstein, I. (2004). Impensar a ciência social: os limites dos paradigmas do século XIX. São Paulo: Ideias & Letras.

Whitsed, C. & Green, W. (2016). Lessons from Star Trek: engaging academic staff in the internationalisation of the curriculum. International Journal for Academic Development, 1-13, Abr.

Descargas

Publicado

2017-07-15

Cómo citar

Geremias Leal, F., & Barreto Moraes, M. C. (2017). Internacionalizaçao curricular no sul-global: uma perspectiva critica a partir dos conceitos de reduçao sociológica e de epistemologias do sul. Revista De Educación Superior Del Sur Global - RESUR, (3). https://doi.org/10.25087/resur3a1